Destaca-se como a atividade que acompanhou o processo de ocupação mais recente do Pantanal e expandiu-se com o fim do ciclo do ouro no século 19. É desenvolvida de maneira extensiva, em grandes propriedades, predominando a cria e a recria. Atualmente o Pantanal tem cerca de 3,2 milhões de cabeças de gado. Quando há cheia o gado é retirado para as partes mais altas, voltando nos períodos de baixa. Nos últimos anos há indicações de mudanças preocupantes com a introdução de práticas como a substituição de pastagens nativas por espécies exóticas, a retirada da vegetação ciliar e o uso de biocidas. O Pantanal do Rio Negro, um dos mais conhecidos no mundo, tem sofrido um processo acelerado de desmatamento.
Pesca
O crescente desmatamento na região do Pantanal e no Planalto, com a retirada de matas ciliares e a substituição da vegetação natural por pastagens e culturas de grãos tem afetado negativamente as populações de peixes . A situação é ainda mais grave quando se considera que os grandes estoques pesqueiros constituem um dos maiores compartimentos de reserva viva de nutrientes e energia no Pantanal, garantindo a sobrevivência de inúmeras outras espécies e o equilíbrio do sistema. Os peixes, entre outras funções, atuam como dispersores de sementes e constituem a alimentação básica para muitos componentes da fauna. Nos períodos de seca a mortalidade dos peixes aumenta: as populações são obrigadas a concentrarem-se nas lagoas e canais permanentes, constituindo presas fácies para aves e outros animais, além de ficarem ainda mais suscetíveis à pressão da pesca.
O turismo pesqueiro está consolidado no Pantanal e atrai cerca de 80 mil pescadores por ano. São desenvolvidas três modalidades principais de pesca: a de subsistência, integrada na cultura regional, que constitui importante fonte de proteína para as populações ribeirinhas; a pesca esportiva, que se tornou o principal atrativo do turismo regional, especialmente no Mato Grosso do Sul; e a pesca profissional, a qual viabiliza a subsistência de pelo menos 3.500 pescadores em toda a região. As espécies de peixes mais capturadas pelos pescadores profissionais são consideradas espécies nobres, como pintado, cachara, jaú, dourado e pacu. Curimbatá e piavuçu também são capturados e possuem um menor valor comercial.
A escassez de políticas e falta de planejamento adequado às especificidades e ao funcionamento do sistema têm sido responsáveis pela redução do estoque pesqueiro, colocando em risco estas atividades.
Turismo
Na última década, a atividade turística cresceu muito e melhorou a infra-estrutura e aperfeiçoou os serviços, especialmente para o turismo ecológico, rural e de pesca, com importante desenvolvimento para o artesanato. No entanto, paralelos a esse crescimento, surgiram alguns problemas do ponto de vista ecológico devido à falta de políticas sustentáveis, como a venda de iscas coletadas do ambiente natural de forma indiscriminada nas temporadas de pesca. A grande maioria dos turistas que procuram o Pantanal é formada de pescadores amadores, mas o ecoturismo já atrai o visitante pelas belezas naturais da região e pela tradição cultural.
Mineração
Outra atividade importante é a mineração. São explorados o ferro, o manganês e o calcário no Pantanal sul, e ouro e diamante no Pantanal norte. Todo manganês é extraído de minas subterrâneas e o ferro de mina a céu aberto.
As atividades de mineração subterrâneas podem afetar os lençóis freáticos que abastecem rios, córregos e poços, contaminando a água. Impactos negativos da mineração já foram evidenciados no córrego Urucum, município de Corumbá e poderão se repetir caso não seja realizados estudos adequados para se conhecer o ambiente a ser explorado, bem como medidas adequadas para minimizar impactos.
Agricultura A agricultura é praticada no Pantanal, embora tenha pouca expressão como atividade econômica. Isto ocorre devido ao alagamento sazonal das planícies e dos solos pobres das áreas mais altas.
A cultura do arroz foi tradicionalmente utilizada para reformar as pastagens ou para abertura de áreas, em especial para a soja. Hoje, a soja é um dos produtos que está expandido sua área cultivada na Bacia do Alto Paraguai. A construção de barragens e a crescente demanda de irrigação para as plantações têm sido responsável por alterações na dinâmica hidrológica local, interferindo no equilíbrio do sistema.
Na região do Planalto, a agricultura é praticada em larga escala com a utilização de grande quantidades de agrotóxicos, que, conforme constatam diversos estudos, são carreados para os cursos de água, atingindo a planície do Pantanal. Uma vez na planície, os impactos ambientais desta contaminação são agravados: a baixa velocidade de escoamento dos rios da região prolonga o tempo de permanência dos poluentes e, conseqüentemente, favorece o efeito cumulativo.
Área devastada para garimpo
FONTE: Rios vivos, [Dísponivel em: http://www.riosvivos.org.br/canal.php?c=273 | Acesso em 3 de abril de 2011]
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